domingo, 11 de julho de 2010

Lista da Bota

Aqui vai a Lista da Bota, passada a mim pela Isadora. Devo indicar as coisas que eu gostaria de fazer antes de morrer, e cinco outros blogs para continuarem a Lista. Aos meus desejos, então:
-Contribuir em alguma área para o progresso da humanidade, seja na área científica, artística, ou em sua organização como um todo. Que minha contribuição seja memorável o bastante para ser imortalizade pela história ou, ao menos, que seja significante e inspiradora para alguém.
-Desenvolver minhas habilidades pessoais e conhecimentos do que eu gosto, enriquecer minhas capacidades físicas e mentais. Artes marciais, astronomia, música, retórica e outra coleção de habilidades que quero aperfeiçoar.
-Ter alguém que, após a minha morte, sempre se lembre de mim. Mas que não fique triste, só siga em frente, e que carrega com ela as experiências e aprendizados que teve comigo. Uma mulher, um filho, não sei.
-Passar por uma situação de sobrevivência e risco de morte em que minhas habilidas físicas e mentais, minha determinação e inteligência, sejam testadas. Se ninguém sob a minha responsabilidade (familiares, companheiros) estiver em risco, tudo bem morrer nessa situação. Menos de fome. Não quero morrer de fome.

Bonus round: Depois da minha morte, que ninguém fique triste; e que façam o melhor proveito do meu corpo, doando, dissecando, comendo, eu não ligo.

Passando o bastão para:
L. Heo
Ana Marques
Alessandra Bastos
Bee
Charlie Dalton

terça-feira, 15 de junho de 2010

Por que eu detesto a Copa do Mundo.

Em primeiro lugar, eu não tenho nada contra o esporte futebol em si, nem em como as pessoas decidem perder seu tempo. Apenas algumas considerações que, particularmente (estou deixando claro que esse é um texto pessoal, e não imparcial como os que costumo postar), me fazem detestar a tal da Copa, e desejar que o Brasil saia dela o mais rápido possível.

Vadiagem - O futebol é uma bela desculpa para a vadiagem. Comércios e bancos fecham, alunos são dispensados, médicos desmarcam consultas. Tudo para assistir a uma partida de futebol, que provavelmente não terá nenhuma influência positiva (exceto se você estiver envolvido com futebol ou vender coisas que estão envolvidas com futebol) e todos os motivos seguintes, só pra citar alguns, para te atrapalhar.

Ópio do povo - Até hoje me pergunto quem foi o gênio que decidiu fazer as eleições presidenciais no Brasil sempre em ano de Copa do Mundo. O recurso de distrair o povo com o futebol para fingir que está tudo bem e desviar a atenção das injustiças já foi usado muitas vezes, só não vê quem não quer. Todo mundo gosta de reclamar do governo, dos deputados corruptos, ministros ladrões e por aí vai, só que ninguém sabe quem são ou mesmo os nomes dos maus políticos. Em comparação, a escalação da seleção brasileira está na ponta da língua. Aquele senador que passou no noticiário deve estar feliz da vida agora.

Poluição sonora - As cornetas, buzinas, fogos de artifício e outros aparatos podem ser realmente infernais para a maioria das pessoas, e verdadeiramente preocupantes para os que sofrem de alguma sensibilidade ou problema do tipo. Porém essa barulheira é especialmente torturante aos animais, como cães ou gatos, que possuem a audição mais apurada que a nossa, e podem entrar em pânico com tanto ruído. Como você se sentiria ouvindo ao seu redor o barulho equivalente a um tiroteio, sem saber o que é e da onde vem? Se por acaso você tem um bichinho, a dica é agir como se aquilo fosse uma coisa natural, e torcer para que ele se acostume, se isso não funcionar ou seu animal for mais velho e já tiver pavor disso, procure ajuda de um especialista.

Infrações de trânsito - Promover buzinaços, dirigir com o braço para fora, cobrir os vidros do carro com bandeiras, são todos crimes passíveis de multa e penalidade em pontos na carteira. Além dos acidentes causados por essas infrações, eles também podem acontecer por causa de engarrafamentos, e especialmente, pela bebedeira antes, durante e ou depois do jogo.

Esportes melhores - Ou para ser mais imparcial, esportes diferentes. Futebol nas escolas, futebol nos jornais, patrocínio para o futebol... isso impede que esportes diferentes recebam atenção do povo e dos patrocinadores. Nem é preciso pensar em um esporte obscuro: handball, basquete, e o próprio futebol feminino, têm muito potencial e pouco apoio no país.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Trabalho de Sociologia

Responder à uma professora evangélica que não aceita opiniões diferentes a 'importância indispensável da religião na sociedade' e resumir catolicismo e protestantismo.

Em todas as épocas e culturas humanas a religião sempre desempenhou a indispensável função social de imaginar uma resposta para as perguntas que o homem não consegue explicar, e ensinar essa história sem comprovação para transformar indivíduos pensantes em uma grande massa de "religiosos", unidos por uma mesma doutrina, não importando de onde esta veio ou quem a impõe.

A religião foi muito importante na Antiguidade, motivando povos a se dizimarem em guerras a fim de purificarem o outro, função que desempenhou em diversas outras ocasiões, como na África e na Ásia durante as Cruzadas, e desempenha até hoje em regiões como a Palestina. Foi fundamental no Império Romano, fundindo e destruindo inúmeras culturas que o integravam e unindo-as no atual catolicismo apostólico romano. Após a queda do Império, a religião foi ainda mais indispensável, monopolizando durante quase toda a Idade Média o conhecimento e por consequência o poder da época, atrasando o progresso científico e incentivando a escravização e a extinção de outros povos além da Europa. Na Idade Moderna, as dissidências do cristianismo, como o anglicanismo e o calvinismo, permitiram à burguesia justificar seu propósito divino na Terra, o de acumular capital, função que o protestantismo também desempenha até hoje com grande fervor.

O catolicismo tem base no judaísmo, acreditando no deus que criou o Universo em seus dias, escolheu Abraão para ser patriarca de seu povo, guiou-os até Canaã, livrou-os da escravidão no Egito por intermédio de Moisés, auxiliou-os e aos seus reis como Davi na criação e estabelecimento de Israel. A principal diferença é que, enquanto todos os judeus, e quase todas as outras religiões como o islãmismo e o hinduísmo, conhecem suas histórias, a maioria dos católicos não conhece ou cumpre os fundamentos que diz seguir. A segunda diferença é a crença dos católicos de que Jesus Cristo é o filho de deus, que desceu dos céus, para ensinar aos homens a doutrina do amor ao próximo. Como prova de gratidão, os homens colocaram Jesus em uma exuberante e simbólica cruz, pregaram-no lá e o exibiram por várias horas, até que Cristo acabou morrendo, mas ressuscitou e foi sentar à direita de seu pai, de onde observa e julga a humanidade, e a consola prometendo que vai voltar um dia.

Invejosos da popularidade do catolicismo, um grupo de dissidentes resolveu fundar o protestantismo, abominando os métodos católicos de usar a religião para enganar e ganhar dinheiro, para então criarem seus próprios métodos. É ainda mais liberal que o catolicismo, tendo como obrigações mais importantes comparecer regularmente a barulhentas reuniões chamadas cultos, e pagar fielmente uma taxa em trocas das bençãos de deus, o chamado dízimo.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

9 coisas a ter em mente com meus filhos

Nunca perder a calma e a razão com eles, demonstrar sempre que estou no controle e sei o que estou fazendo. Rompantes de descontrole apenas causarão intimidação e insegurança, estimulando meus filhos a esconderem seus erros e sentimentos de mim.

Quando necessário, puní-los com justiça e sabedoria dignas de um pai, não como vingança ou capricho para reafirmar minha autoridade. Deixar sempre claro quais escolhas causaram quais conseqüências, o objetivo das punições será que aprendam com elas.

Não humilhá-los com agressões físicas ou verbais, muito menos palavras fortes e grosseiras, tampouco usá-las para seus amigos, namorados e amados. Isso só os tornará ansiosos por retribuir a humilhação, o que provavelmente farão, ao meu exemplo, com vítimas incapazes de se defenderem.

Agir consciente de que meu exemplo é fundamental para a formação da identidade e dos valores de outro ser humano. E como qualquer ser humano, ainda que capaz de errar, ensinar pelo exemplo como reconhecer, se desculpar, lidar com as conseqüências e reparar o erro.

Criar uma rotina saudável que, embora tenha espaço para tempo livre, fixe os horários das coisas importantes: a hora de acordar, a hora das refeições, a hora de dormir. A rotina cria uma responsabilidade e aumenta o rendimento de todos, quando meus filhos ficarem mais responsáveis poderão ter mais flexibilidade nela.

Ensinar o respeito e a importância sagrada do momento das refeições e do descanso. Evitar ao máximo resolver ou criar problemas durante esses momentos, mantendo o mínimo de harmonia necessária para uma família recuperar o ânimo cansado do dia-a-dia dos estudos ou do trabalho.

Tornar nosso lar, ou ao menos o quarto e o espaço dos meus filhos, um lugar onde eles se sintam confortáveis e seguros. A tranqüilidade e privacidade desse espaço não deve ser agredida, pois isso os tornaria arredios e incapazes de relaxar na própria casa ou em qualquer outro lugar.

Estimulá-los a adquirirem conhecimentos diferentes e convivência com pessoas diferentes, compreenderem que o mundo vive de diferenças e todos têm seu valor, encontrarem uma maneira madura de lidarem com as situações diversas, inesperadas e difíceis
desse mundo.

Que entendam, ainda que não hoje, os motivos e lições da criação que tiveram, e se orgulhem dela.

Esse texto é, obviamente, inspirado em casos pessoais. Originalmente ele seria "10 cosias", mas nove é um número melhor, é o cubo de três, e três é perfeito. Ou, um dos motivos não era bom o suficiente, acredite no que preferir. Dedico ao José e a Dora, os melhores pais que já conheci (infelizmente, não são os meus).

Em geral costumo escrever textos mais longos e em terceira pessoa, porém ultimamente tenho escrito textos menores e em primeira pessoa. Quem sabe, em breve, eu também aumente a freqüência dos posts. E também talvez alguma boa alma me ajude a alterar o layout (uma muito boa, porque nem eu sei direito como quero). Quanto à demora nos comentários, novamente desculpe, mas cedo ou tarde chega o dia da redenção e leio as idéias de vocês. E espero que tenham gostado do texto.



quarta-feira, 31 de março de 2010

A utilidade de estudar História

Imagine-se sem saber o nome dos seus avós e a origem de sua família. Sem nunca ter conhecido um livro música de antes de você nascer, não saber dos feitos do artista ou esportista que você admira, nunca ter ouvido falar dos pensadores e das idéias que são a base da sua filosofia de vida. Com certeza, muito do que você saberia sobre si mesmo também seria diferente.

Do mesmo modo que o indivíduo, os povos também precisam conhecer suas origens. Imagine uma nação que não sabe quem foi seu fundador, quem foram seus principais líderes, seus erros e acertos passados, quem escreveu seu código de leis e baseado no que ele os escreveu. A história não é uma coisa estagnada e irrelevante para o presente. Para o bem ou para o mal, o poder das palavras e feitos passados são decisivos na compreensão do mundo atual: basta observar alianças e conflitos entre muitos países para perceber que estão enraizadas em fatos de séculos ou milênios passados.

Como o estudo das leis da ciência permite compreender e prever como o universo funciona, a história permite entender o funcionamento das sociedades. Através deste entendimento, escolhas, poderes e julgamentos do presente podem ser contestados baseados nos precedentes do passado. Os povos que sofreram, por exemplo, com a escravidão, a ditadura, o holocausto, são exemplos para si e para o mundo de que isto jamais deve se repetir. Quando há uma mudança no código de leis ou no governo, desde em pequena escala até uma revolução, ela estará fundamentada tanto nas necessidades atuais quanto nos acontecimentos do passado.

A compreensão das próprias origens é parte da compreensão de si próprio. A organização e funcionamento da sociedade hoje são consequência direta dos acontecimentos do ontem. Não há como exercer ou contestar o poder sobre as massas sem entender, através da história, como ele funciona.

Quase não saiu post esse mês. Estudos, falta de inspiração e tempo online, enfim, desculpem. A idéia deste surgiu apenas ontem quando eu já estava "waargh o que eu vou postar!?" e, assistindo a TV Senado, um discurso de um senador cheio de referências históricas me lembrou do quando ela é importante. Agradecimentos de sempre aos meus amigos e às pessoas que acompanham o blog.

sexta-feira, 5 de março de 2010

O Diferencial das Histórias Japonesas

Um fã do gênero não diria que eu entendo muita coisa de histórias japonesas: e não mesmo, li poucos animes e mangás, joguei poucos games. Por outro lado, como Narrador de role playing games e me considerando um “fã de boas histórias”, sou capaz de distinguir algumas características que boa parte dos otakus pode não ter a sensibilidade de enxergar. Se você nunca se interessou por esse tipo de história ou nunca entendeu o que torna as animações orientais tão influentes no mundo do entretenimento, talvez este texto possa esclarecer algumas coisas também. Agora se você é fã de animes ou mangas, ou comics e seriados ocidentais, ou ambos, seu comentário é especialmente importante para aprimorar esta tese. De um modo geral, como sempre, espero que o texto seja proveitoso e agradável a todos.

Para não me tornar repetitivo, quero deixar uma coisa clara desde já: há exceções em ambos os gêneros, em todos os casos. Além de um número cada vez maior de histórias ocidentais se inspirando nas orientais, e vice-versa.

Personagens Humanos

Felizmente esta característica foi severamente atenuada nos últimos anos: a maioria dos antigos super-heróis não sentem medo ou insegurança, não se corrompem, não tem defeitos e são quase invencíveis se não por trapaça ou outro herói (se alguém falou em Super Man, ele também é moralmente perfeito, apenas Clark Kent é tímido, hesitante e um tipo de crítica pessoal à raça humana, e vencê-lo com kryptonita pra mim é trapaça). Os protagonistas de animes e mangás têm defeitos, ainda que exagerados como serem extremamente tímidos ou glutões, ou mais sombrios como ser um espadachim renegado tentando se redimir dos erros do passado. Essas características tornam os heróis japoneses falíveis como qualquer um de nós, o que acaba tornando a história – por mais estranha que seja – mais próxima do espectador. Não conheço ninguém que tenha chorado por um super-herói americano, que sobrevivem a tudo com seus músculos de aço e chavões heróicos, mas conheço dúzias de pessoas que se emocionaram, angustiaram ou sentiram uma alegria eufórica com algum anime, porque mesmo que seus protagonistas sejam extremamente poderosos, às vezes até alienígenas, andróides ou sobrenaturais, ainda são personagens mais “humanos”.

Continuidade

As séries ocidentais costumam seguir uma fórmula básica em todos os episódios: as coisas estão normais, surge um problema, o problema é resolvido durante o capítulo e as coisas voltam ao normal ao final deste, quando muito um problema se estende por dois capítulos, e geralmente esses são os mais memoráveis. Isso torna mais fácil vender a série, você não precisa ter visto os outros episódios para entender o daquela semana. Por outro lado há exemplos como os seriado 24 horas e Lost que escapam desse padrão, ou equilíbrios como Law & Order e Friends, todas séries muito bem-sucedidas.

Essa fórmula padrão tem a desvantagem de sacrificar muitas possibilidades. É raro que personagens recorrentes, aliados ou inimigos, de um episódio apareçam em outro, ou mesmo que um personagem parta, morra ou vá embora para sempre – novamente, quando isso acontece costuma ser muito emocionante. Além de deixar pouco espaço para que a história evolua, por conseqüências os personagens também têm pouco espaço para evoluir, com ocasionais exceções entre as temporadas. Sacrificar a continuidade da trama impede que experiências passadas afetem o futuro, tornando a história mais inverossímil e menos "saborosa”.

Poder Irresponsável

Esta é uma qualidade, do meu ponto de vista, negativa das histórias japonesas: quando monstros destruidores estão sob o comando de criancinhas ou robôs gigantes esmagam prédios e ninguém parece se importar. Como Tóquio ainda é a maior cidade do mundo sendo devastada por monstros e mechas toda semana? Nenhum exército quis recrutar os Digimons, o Pikachu nunca reclama do risco de queimaduras de terceiro grau e mutilações em troca de uma insígnia, o vovô Yugi não proíbe o neto de apostar a alma em jogos de cartas. O poder irresponsável das histórias japonesas é apelativo às crianças e adolescentes, por isso sua presença está na grande maioria voltada a este tipo de público. Os heróis de comics sofrem as conseqüências quando causam o caos e a destruição em lugares públicos, suas habilidades são visadas por organizações poderosas e eles precisam proteger a si e seus queridos com esconderijos e identidades secretas.

Fim!

Boas histórias têm começo, meio e fim. O final pode ser triste ou frustrante, mas deveria ser a parte mais emocionante da história: e se o Homem-Aranha finalmente derrotasse seus inimigos ou morresse tentando, se os mutantes finalmente decidissem a paz ou a guerra com os humanos? Depois de décadas, é esperado que as situações levantadas desde o começo tenham um parecer definitivo ou ao menos “temporariamente definitivo” (Gothan finalmente livre do Curinga, mesmo que isso não garanta a paz eterna da cidade ou nulifique as possibilidades do surgimento de novos vilões, heróis e histórias – NOVOS, nada de milagrosamente voltar com os antigos), seja esse final bom ou ruim. Apesar de sucesso de vendas de brinquedos e longa-metragens sem ordem cronológica definida, ao molde das histórias ocidentais, para muitos as constantes ressurreições de Dragon Ball estragaram a série, que teria ficado melhor se tivesse terminado em tal ponto conclusivo ao invés de “forçar” novas temporadas e ressurreições.

Entendo um pouco de histórias, mas quase nada de desenhos, senão arriscaria dizer também que os traços detalhados das comics são muito menos expressivos que os mangás. Esses pontos são pra mim o que une todas as histórias japonesas e já se sabe o que esperar quando se fala em anime, mesmo com histórias drasticamente diferentes. Não sei se por ponto de vista pessoal ou coincidência mas vejo muita semelhança entre este gênero e os RPGs (não sei de nenhuma inspiração dos criadores do RPG – norte-americanos – em histórias orientais), principalmente em continuidade e personagens humanos: em Caverna do Dragão, por sinal criada na década dos super-heróis invencíveis, todas as crianças ocasionalmente tem medo e atitudes covardes ou egoístas. Também por razões óbvias, histórias de RPG têm continuidade – sendo esse um dos principais atrativos e objetivos do jogo. A saber, Caverna do Dragão tem um fim, ainda que seja difícil de encontrar o roteiro original no meio de tantos boatos, mas o fato de o público ocidental acostumado a séries sem conclusão perguntarem por ele prova que é um gênero especial!

Espero ter ao menos lançado um olhar construtivo na compreensão de histórias de qualquer gênero e qualquer tipo, televisivas, literárias, cinema ou quadrinhos.


Este post é um complemento ao post sobre animes do blog do Luiz (o Lheofacker na lista dos recomendados). Dedico também a todos os fãs de animes e/ou comics, incluindo a Nany e a Helysa cujas opiniões valorizo muito e amizade gostaria de ter apesar de nos vermos quase nunca, a Heather que despertou meu interesse para uma série maravilhosa, a Isa, a Ana/Bia, a Danixan, a Ananda, a Vichy e o Andrey. Meu perfeccionismo vê uma enorme chaga porque fevereiro é o único mês com um post só, tento explicar com o carnaval (nem curto e mais tempo livre), com o dia a menos (e os outros vinte e sete dias?), mas a melhor é: antes não postar nada que postar lixo qualidade inferior. Alguém me diga que não tem problema!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A Troca Equivalente.

Não se pode obter alguma coisa do nada. Para se conseguir alguma coisa, deve-se oferecer outra de igual valor. Na química, a massa dos produtos de uma reação é igual à massa dos reagentes usados para formá-los. Na vida, tudo tem seu custo em esforço e sacrifício.

Todo mundo já desejou ter alguma coisa sem precisar se sacrificar. Uma concepção de mágica é obter seus desejos com pouco esforço. Praticamente todas as culturas têm suas formas de mágicas, rituais, adivinhações e milagres, refletindo essa vontade humana constante em todos os lugares e tempos. Entretanto, se até hoje alguém foi capaz de mágica verdadeira, fez bem escondê-la.

A ciência é a busca lógica pelo poder de modificar o Universo e a Natureza ao nosso redor. A ciência é a magia verdadeira em nosso mundo. Entretanto, mesmo alguns artefatos tecnológicos serem realmente merecedores de serem chamados "mágicos", a própria ciência nos ensina que não podemos obter matéria ou energia do nada, apenas transformar a já existente. Em ciência, guiada por leis absolutas e imutáveis, a lei da troca equivalente é verdadeira e perfeita.

O mundo não é perfeito. A lei da troca equivalente realmente aplica-se na vida? É possível que o que uma pessoa consegue com pouco esforço outra não consiga com o mesmo ou até mais esforço. Duas pessoas podem estudar ou buscar a mesma coisa do mesmo jeito pelo mesmo tempo e as diferenças no resultado final serem enormes. Por exemplo, o tratamento e o respeito que uma pessoa tem por suas condições de nascimento e nível social podem ser praticamente inatingíveis para outra pessoa que passe anos tentando conquistá-lo mas que nasceu em condições diferentes. Na vida nem tudo tem o mesmo preço sempre ou pra todo mundo.


Injusto? Irrelevante. A humanidade é assim, imperfeita, e provavelmente sempre será. Por outro lado, nem sempre precisamos dar algo em troca do que recebemos. Fazer o bem a quem o retribui é justo, uma troca equivalente. O bem verdadeiro é quando fazemos alguma coisa sem precisar receber algo em troca. Muitas vezes até recebemos de volta o bem, de outras pessoas ou de nós mesmos. É certo que nem sempre podemos escolher a recompensa que receberemos pelo nosso esforço e sacrifício, que pode vir de formas inesperadas. É uma questão de crença, esperança que alguns julgam incerta e vã, e outros têm como a verdade absoluta do mundo, se realmente receberemos de volta algo pelo bem que fazemos. Ou pelo mal.

Não é possível ter certeza de que nosso sacrifício será recompensado, mas sem sacrifício há apenas a certeza do fracasso.

Esse post é obviamente inspirado pelo anime Full Metal Alchemist, que recomendo à todos que gostam de boas histórias criativas e inteligentes. Meus primeiros agradecimentos são à Edward, Alphonse, e todos os personagens que me ensinaram muito nessas férias. Também meus agradecimentos às pessoas que se importam comigo e cujo apoio e carinho verdadeiramente me fortalece, tanto os de perto quanto os de longe, no names, they know who they are. Por fim, estou orgulhoso da qualidade deste texto e dos comentários que tenho recebido, muito inteligentes e sinceros e que me estimulam a escrever mais e me ajudam a me aprimorar para escrever melhor. Obrigado a todos que experimentam um pouco dos ingredientes e idéias que preparo.