Alienação é uma distração que impede a percepção de alguma coisa, seja do mundo ao seu redor ou de si mesmo. Alienar as pessoas é interessante para quem quer manipulá-las e explorá-las sem que elas se defendam ou percebam. É o que se fazia na Roma antiga distraindo o povo com pão e circo, é o que se faz hoje em algumas igrejas, programas de TV de domingo e em vários outros meios. Através desses maios, massivamente ofertados, é fácil se alienar.
Muito da juventude hoje está alienada. Gerações passadas lutaram corajosamente pelos seus direitos, liberdade de expressão, participação na política, entre outros. Quando a informação era mais restrita, havia maior interesse em lutar por ela. O apogeu da globalização e da democratização dos meios de comunicação disponibiliza ferramentas impressionantes que tornam o conhecimento sobre quase qualquer assunto muito mais acessível, porém com o bombardeio de mídia as pessoas param de selecionar e procurar informação do que é realmente importante, o que é do interesse dos já citados manipuladores.
Quem quer saber do seu governo ou abrir os olhos para desigualdades e injustiças sociais, enquanto estão passando várias novelas, jogos de futebol e reality shows? Quantos jovens vão querer reivindicar melhores condições de educação, transporte, saúde, quando podem twittar com sua artista pop favorita?
A alienação é fruto da ignorância. Não é errado aproveitar os meios de comunicação para se divertir, aliás, música, animes e até esportes e novela podem ser cultura rica e interessante. O problema é encher o cérebro de fast-food e ficar alienado de tudo, crucificar ou desprezar qualquer coisa que não faça parte do seu próprio mundinho, crer que isto ou aquilo não é problema seu quando direta ou indiretamente o problema vai te atingir, pacientemente dizer que não pode fazer nada quanto a isso ou aquilo.
Achei que tocar no assunto seria um bom começo, e vocês, o que vão fazer? Juntos, quanto não podemos fazer?
Novamente, em conversas com os amigos, noticiários e outros meios do dia-a-dia, consegui os ingredientes que me levaram a misturar tudo e produzir uma obra nova, que agora apresento a vocês. Aliás, agradeço os poucos leitores, sinto falta do pessoal que acompanhava o Encontro Aleatório, meu antigo blog, que eu esperava ter de volta por aqui. Que venham mais mentes com bom apetite por boas idéias!
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
O propósito do Homem.
Todos os animais nascem, crescem, se reproduzem, e principalmente, morrem. Passam por este mundo, levam suas vidas, e todos sem exceção são engolidos pelo devorador implacável: o tempo. Nada mais é verdadeiramente implacável a não ser o tempo. Para ele, todos os animais têm a mesma importância: nenhuma.
O que, então, diferencia o homem dos outros animais?
Os animais são felizes, ou ao menos, conformados. O pássaro voa, e não se arrepende do passado e nem se angustia com o futuro, é ignorante da sua irrelevância. Não tem ambição, nem maldade, nem bondade, nem escolha. Vive como o instinto lhe ordena, é mero mecanismo de uma natureza que não tem poder de alterar, nem mesmo a consciência opressora dessa natureza ou o desejo egoísta por esse poder.
A ignorância é uma benção.
O Homem não existe pare ser feliz.
Algumas filosofias e religiões pregam que, se livertando dos seus desejos, o Homem fica realizado e se torna um com a natureza divina. Provavelmente é verdade. Mas não é desses homens que falo. Chamo humano a instatisfação eterna com o que se tem, a busca incessante do inatingível, destinada a conquistar a natureza e todos os seus deuses.
A exploração e o domínio da natureza e do desconhecido é irresistível à humanidade. O fogo e os animais foram domesticados, os lugares perigosos e distantes desde o Oceano até a Lua foram desbravados, mistérios como seres vivos microscópicos e as órbitas dos planetas foram desvendados e usados em nosso favor. Entretanto, tudo isso é ínfimo diante de todos os segredos do Universo, e essa mísera gota de conhecimento e poder só aumenta uma sede torrencial por mais.
Enquanto o Homem for Homem, não irá parar. Quando ficar satisfeito, não será mais Homem, será outra coisa, talvez outro animal. Ou talvez exista um deus, esperando ansiosamente que finalmente nós encontremos o entendimento sobre nós mesmos e nossa própria natureza e possamos nos tornar deuses. Talvez deus já foi animal humano. A glória do Homem está em ele existir para, através da verdadeira compreensão e do conhecimento, tornar-se deus.
Acredito ser o tema bastante pertinente para a primeira postagem. Falando da minha visão do homem, pode-se perceber melhor como eu vejo o mundo e principalmente a mim. As convicções apresentadas no texo são muito marcantes na minha personalidade e crenças. Ocorreu-me agora que ficou meio parecido com o super-homem de Nietzsche, apesar de eu nunca ter me identificado com ele antes.
Agradeço todos os leitores e principalmente as opiniões, quero saber como está sendo a digestão de vocês. Agradeço especialmente o Andrey, o Luiz, a Hanna e a Barbara, em cujos blogs consegui bons ingredientes, o Artur Lira e o Eduardo Pacheco, colegas de UTFPR, que leram e discutiram antes e me deixaram mais confiante, e as colunas da Danixan da rádio animix que me inspiraram a voltar a escrever de uma forma geral.
O que, então, diferencia o homem dos outros animais?
Os animais são felizes, ou ao menos, conformados. O pássaro voa, e não se arrepende do passado e nem se angustia com o futuro, é ignorante da sua irrelevância. Não tem ambição, nem maldade, nem bondade, nem escolha. Vive como o instinto lhe ordena, é mero mecanismo de uma natureza que não tem poder de alterar, nem mesmo a consciência opressora dessa natureza ou o desejo egoísta por esse poder.
A ignorância é uma benção.
O Homem não existe pare ser feliz.
Algumas filosofias e religiões pregam que, se livertando dos seus desejos, o Homem fica realizado e se torna um com a natureza divina. Provavelmente é verdade. Mas não é desses homens que falo. Chamo humano a instatisfação eterna com o que se tem, a busca incessante do inatingível, destinada a conquistar a natureza e todos os seus deuses.
A exploração e o domínio da natureza e do desconhecido é irresistível à humanidade. O fogo e os animais foram domesticados, os lugares perigosos e distantes desde o Oceano até a Lua foram desbravados, mistérios como seres vivos microscópicos e as órbitas dos planetas foram desvendados e usados em nosso favor. Entretanto, tudo isso é ínfimo diante de todos os segredos do Universo, e essa mísera gota de conhecimento e poder só aumenta uma sede torrencial por mais.
Enquanto o Homem for Homem, não irá parar. Quando ficar satisfeito, não será mais Homem, será outra coisa, talvez outro animal. Ou talvez exista um deus, esperando ansiosamente que finalmente nós encontremos o entendimento sobre nós mesmos e nossa própria natureza e possamos nos tornar deuses. Talvez deus já foi animal humano. A glória do Homem está em ele existir para, através da verdadeira compreensão e do conhecimento, tornar-se deus.
Acredito ser o tema bastante pertinente para a primeira postagem. Falando da minha visão do homem, pode-se perceber melhor como eu vejo o mundo e principalmente a mim. As convicções apresentadas no texo são muito marcantes na minha personalidade e crenças. Ocorreu-me agora que ficou meio parecido com o super-homem de Nietzsche, apesar de eu nunca ter me identificado com ele antes.
Agradeço todos os leitores e principalmente as opiniões, quero saber como está sendo a digestão de vocês. Agradeço especialmente o Andrey, o Luiz, a Hanna e a Barbara, em cujos blogs consegui bons ingredientes, o Artur Lira e o Eduardo Pacheco, colegas de UTFPR, que leram e discutiram antes e me deixaram mais confiante, e as colunas da Danixan da rádio animix que me inspiraram a voltar a escrever de uma forma geral.
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